quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Pedro Alecrim"

AS PERSONAGENS E A NATUREZA
As personagens em “Pedro Alecrim” sabem o sítio onde fica uma pedra mais escura, onde brota uma pequenina nascente, o local exato dum buraco mais avantajado.
São amigas das rãs que repousam em poças de água, correm para os campos para cortar erva para os vitelos, cortam lenha e vão à fonte buscar regadores de água.
Distribuem o braçado aos coelhos e espreitam a ninhada. Ao entardecer, soltam as cabras e ovelhas e recontam as cabeças de gado.
Caminham por entre o arvoredo cerrado à procura de ninhos, bichos, calhaus e raízes.
Passam a manhã a procurar o ninho de uma perdiz e mergulham nas águas claras e frias. Nadam contra a corrente, lavando todos os suores, todos os perfumes, toda a dor.
Soltam gargalhadas genuínas, viajam no silêncio dos penedos e dos regatos, respiram o perfume da terra e a paz dos espaços virgens. Sentem a dureza de uma vida despida de conforto.
Longe das vozes cansadas e dos gestos perdidos nas ruas das cidades, beijam o horizonte, o céu, o rio, a terra e escutam aquele regato que corre tranquilo…
Prof. Manuela Matos
(Vila Caiz, 19.09.2002)

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